segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O complô da Primavera



Na primavera, é tão difícil de respiar! Sinto, a cada nova flor que se abre, minhas vias respiratórias fecharem. Viro me na cama do lado da narina que não está entupida, na tentativa de conseguir dormir. Mas cá estou eu, escrevendo tudo isso de madrugada.


Chorei, me lavei chorando antes de dormir. Isso, só piora a minha respiração. A primavera me tirou até o direito de chorar a noite. E com todo esse choro vem a dor de cabeça, essa sim, me faz lembrar que chorar antes de dormir não nem um pouco conveniente. Preciso dormir, só assim a dor de cabeça passa!


Me lavei chorando, disse eu, é verdade! Choro muito. Choro sempre, quase todos os dias. Choro por todos os mil motivos do mundo, desde os sentimetos mais louváveis, até os mais egoístas. Sou sensível a vida. Então para não desistir dela, choro!


Não tenho vergonha de chorar! Não tenho vergonha de dizer o que sinto, quando sinto. Choro quietinha, choro alto, soluço se for preciso. Faço tudo, tudo mesmo, para alivir essa angústia do coração.


A sensação existente na alma, depois de um choro bem chorado é inexplicável! Nem a primavera, a rinite, a sinosite e as dores de cabeça me farão desistir dela.


Mas, não sou nada poética, sou mais é patética, sentada nesse chão frio, com dores nas costas. Eu não posso dizer pra ele tudo que sinto. Mas, eu digo! Então me arrependo, choro e…bom, tudo aquilo!


Tudo que sinto é tão intenso, tão imenso que nem caibo mais em mim. Isso me leva a pensar, mas quem não sente tão intenso? Pô, todo mundo sente intenso, seja lá o que isso signifique.
Por essas e outros é que, compreendo a grandeza do momento de não ser o mártir da praça xv! Não sou só eu que sinto, o fato de eu chorar, escrever ou perder o sono não faz de mim alguém digno de sentimentos nobres. Choro pincipalmente por mim!


Choro porque não vou passar o natal com o meu namorado. Mais uma vez! Antecipo o choro, a angústia e a rinite+dor de cabeça, de dezembro! Choro por esse sentimento egoísta! Choro porque quero convence-lo de que, é melhor deixar a mãe dele passar por isso do que eu! A minha irmã me daria toda razão.


O problema, é que sou um ser pensante! Penso que na realidade, eu não estou abrindo mão de nada, e sim sendo egoísta, na minha mais bela plenitude! Eu não quero deixar a minha família, para ficar comendo o peru da minha sogra em Porto Alegre! Não quero perder a surpresa e a alegria da minha sobrinha ao ver a árvore cheia de presentes, não quero!


Só quero que o mundo seja perfeito, e que tudo se encaixe e vá para o seu devido lugar! Ou seja, o lugar que eu quero! Vejam, mais uma vez, não há mais nada de nobre em mim. Não tenho nem mais coragem para justificar a minha dor de cabeça e insônia.


Por outro lado, eu sinto! Sinto verdadeiramente, apaixonadamente, como se o natal, fosse a partida para a guerra. Sinto não poder estar com ele a meia noite e desejar todo amor do mundo para aquele que mais amo, lamento...sofro, choro sim! Isso é nobre, o sentir é genuíno. Assim como os problemas que me trazem a primavera.


Sem perspectivas para encontrar um final digno para esse texto, despeço-me por aqui. Com toda a mucosa inflamada do meu nariz, com toda a dor de cabeça, com todas as lágrimas escorrendo secas já no meu rosto e com o coração já cansado desse meu blá, blá, blá!


Só sei que, haja o que houver, a primavera…sempre irá voltar depois do inverno e antes do verão…só para me atormentar!

Maitê

Nenhum comentário: