terça-feira, 19 de agosto de 2008

O que tiver de ser...será?

O que tiver que ser, será? Mas, quando será aquilo que realmente almejamos? Até quando seremos capazes de colocar nossos futuros nas mãos do inesperado, do desconhecido? Quando poderemos ser donos das nossas decisões, nos nossos próprios narizes?

Dia após dia, uma imensa gama de jovens artistas, vaga pelas ruas de Porto Alegre, a procura de uma oportunidade que revele a eles que, não, nada do que fizemos até agora não foi uma grande perda de tempo. Mas, como eles, questiono, se algum dia qualquer resposta virá.

São entrevistas de emprego, trabalhos temporários, projetos com seu nome encabeçando o topo, oportunidades de expor, finalmente, ao mundo, ao mercado de trabalho, quem vocÊ realmente é. E, muitas vezes, tais oportunidades, simplesmente perdem-se no ar. Evaporam-se, para sempre, das vidas daqueles que uma vez tentaram. A quantas entrevistas de emprego, ou projetos rejeitados, teremos que passar? Quanto mais somos capazes de agüentar?

Muitos dos que iniciaram esse caminho, desistiram, se bandearam para o mundo real. O mudo de quem paga contas e faz planos. O mundo de quem tem a realidade ao ser alcance e a imaginação, reprimida no armário. Pois muitas artistas, agora, estão deixando de lado suas afinidades, sua arte, para que possam viver, finalmente algo como todo mundo.

São essas incertezas, que fazem do artista quem ele realmente é? Todo esse sadismo é um plano divino para a arte? Essa espera pela ligação, a espera pela lista da Internet, a espera pelo sim...e muitas vezes pelo o não, só pra saber pq não. Muitos nem se dão ao trabalho de divulgarem pq os projetos não foram aprovados, ou pq vc não foi aceito no emprego tal...é desse sadismo que me refiro, o humano.

Não é fácil estar por baixo. Enfrentar seus amigos e família de cara limpa todos os dias. Dizer que, o mercado é assim mesmo, que novas oportunidades virão;. quando, nunca sabemos bem ao certo se virão. E assim, continuar a sorrir, a passar noites em claro, se preocupando com as contas do fim do mês. Ou passar as noites em claro escrevendo projetos, roteiros, divagando sobre filmes, tendências...criando combustível para viver. ARTE!

Não sei o que vou dizer ao meu namorado, se mais uma vez a tal entrevista não der certo. Não sei. Não consigo mais mentir pra ele, nem aos meus amigos, e talvez, nem para eu mesma. Quero acreditar...vou acreditar e espero que no fim, tudo saia como em um filme, excitante e fora de controle, porém com um final feliz.

Que a capacidade de sentir continue comigo e com aqueles que como eu seguem, que a diversidade cultural não se acabe, que os bons filmes possam ser feitos, que os bons roteiros possam ser escritos e que os novos talentos venham a ser recompensados por tamanha persistência e trabalho!

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