quinta-feira, 21 de agosto de 2008

N'ALMA


Seus cabelos e estilos, seus egocentrismos...seus poderosos maneirismos. Tudo que completa e desconecta o ser do humano, fascina a minha alma mortal.

Da janela quadrada do quarto branco, tão branco que nem posso esconder a minha dor; percebo elas passarem, percebo-as convivendo pacificamente com um todo e penso: Como é possível nos odiarmos tanto?

Olho de relance para as fotos na parede, cheias de poeira. Olho de relance para você e penso: Como é possível amá-lo tanto?

Como somos excêntricos nós os seres humanos, como abusamos do nosso lado animal para justificar qualquer erro, qualquer loucura, qualquer descrença no mundo. Tudo é justificável, tudo é permitido e perdoado se você agiu por instinto, dessa forma humana.

Ora, somos tão falsos, e isso não está na parte humana, está no âmago do Ser!

Eu amo, muito! Tenho plena consciência que o meu amor é lírico, é romântico, é aquilo que os poetas chamam de inspiração. Coisa que dói n’alma e agente nem vê, nem sofre!

Pois bem, concluo que odeio com a alma também. Não importa o motivo de tal sentimento, mas ele é um sentimento, que se não desse n’alma, não seria chamado de Sentimento pelo ser!

Percebo o quão próximos estamos desse ódio que impregna a alma de quem já não sabe mais a diferença que nela existe, ou a diferença que ela faz. São sentimentos produzidos por fatores aleatórios que doem, irremediavelmente, n’alma.

Sento aqui, e penso em tudo isso e em todos os sentimentos que o mundo produz. Para todos os lugares que o mundo me guia, e para aonde eu quero chegar. Aonde mesmo?

Eu levo minha alma muito a sério, vez que outra, esqueço que possuo um âmago. Mas nunca esqueço que possuo uma alma. Tendo eu sido feita da lama ou não, tenho aqui, bem na minha cara, estampado na minha testa, uma alma.

Será que essas pessoas que passam apressadas por aqui, esquecem disso?! Talvez elas finjam não saber, para poder, no fim do dia, justificarem seus crimes hediondos. Talvez elas finjam não ver para poder simplesmente viver, sem o fardo do Ser.

Talvez, todos nós, estejamos cansados dessa alma que tudo sabe, que tudo sente, que nos desnuda na frente do mundo. Acho que o calor e o conforto do Humano é bem mais leve, mais atrativo, menos inquisidor.

Não sei bem quem vos fala nesse momento, se é o Ser d’alma, ou se é o Humano, martelando em minha cabeça, me fazendo achar justificativas plausíveis para sua própria existência.

Um comentário:

Ana Pree disse...

"(...)essa alma que nos desnuda na frente do mundo"

a consciência de ter alma é quase tão terrível quanto pensar em não tê-la.

tu sempre escreve as melhores coisas!

te amo!